Eu acho realmente muito bonito quem tem coragem de pregar sua crença, de falar para as pessoas sobre Deus. Tenho isto como louvável e penso que a Umbanda ainda deixa muito a desejar neste aspecto.Porém, não é necessário desvalorizar a crença de ninguém para falar o que você acredita. Será que não podemos elogiar o azul sem desmerecer o verde? Para algumas pessoas não.Era tarde de sábado e ao chegar no Terreiro vejo um grupo de evangélicos na praça ao lado. Microfones ligados, uma caixa de som e um volume ensurdecedor, que aliado a voz aguda do Pastor me fez pensar: É HOJE!!!Mas tudo bem, alías eles estavam no direito deles e eu logo pensei: Quem na Umbanda faria isso? Me juntei ao grupo de irmãos (umbandistas) que já estavam no terreiro trabalhando na reforma, peguei um pincel, subi uma escada e dei umas pinceladas. Poucas pinceladas. Pois logo ouvi ele chamando os pretos-velhos e alguns Orixás de demonio. Coloquei o pincel apoiado em cima da lata e desci da escada, fui como "guiado" até lá.Quando o pastor me viu logo me identificou, principalmente porque eu usava uma camiseta preta com a frase "Umbanda - Eu Visto Essa Camisa", além é claro, de minha guia (colar), que fiz questão de colocar para fora da camiseta enquanto me aproximava;....heheheParei na esquina e fiquei observando, ele aumentou as críticas. Saquei meu celular e comecei a filmar e caminhar em sua direção. Puxei uma cadeira bem na frente do indivíduo e me sentei ao lado dos irmãos (evangélicos). Deste momento em diante senti que ele começou a pisar em ovos, se perdeu no discurso, tremeu e começou a pensar muito bem no que falava.Mas não demorou muito para as críticas recomeçarem, a diferença agora é que ele fazia questão de falar em algumas ocasiões: "principalmente no espiritismo kardecistas". Após um tempo ele voltou a falar das religões Afro Brasileiras. Fiquei lá, sentado, olhando para ele e filmando tudo, até a hora que ele relatou seu nome. Ai desliguei a câmera do celular, levantei e me virei indo embora.Para minha surpresa quando me virei vi que atrás de mim estavam alguns filhos do terreiro, que seguiram comigo de volta para o Templo.O que mais me dói é testemunhar que essas coisas ainda acontecem em pleno 2009. Enquanto todos trabalhamos para uma cultura de paz,para o diálogo Trans-Religioso, o sujeito veste seu terninho surrado, sua bíblia de axila e sai de casa para falar mal de outra religião, falar mal da cultura brasileira, falar mal de milhares e milhares de pessoas que se dedicam a caridade.Dores a parte, estamos acionando judicialmente o Pastor.
Mediunidade na infância: como agir?
Há 6 anos