Diversidade além

Reconhecer a diversidade como parte da riqueza humana é respeitar seu semelhante e seu dessemelhante.

Esse blog é destinado a publicação de idéias sobre respeito e tolerância racial, sexual, religiosa, de origem, etc. Seja bem bem vindo a esse espaço.

JCarlos Moura.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Intolerância Religiosa: não podemos permitir. Texto de Ricardo Barreira.


Eu acho realmente muito bonito quem tem coragem de pregar sua crença, de falar para as pessoas sobre Deus. Tenho isto como louvável e penso que a Umbanda ainda deixa muito a desejar neste aspecto.Porém, não é necessário desvalorizar a crença de ninguém para falar o que você acredita. Será que não podemos elogiar o azul sem desmerecer o verde? Para algumas pessoas não.Era tarde de sábado e ao chegar no Terreiro vejo um grupo de evangélicos na praça ao lado. Microfones ligados, uma caixa de som e um volume ensurdecedor, que aliado a voz aguda do Pastor me fez pensar: É HOJE!!!Mas tudo bem, alías eles estavam no direito deles e eu logo pensei: Quem na Umbanda faria isso? Me juntei ao grupo de irmãos (umbandistas) que já estavam no terreiro trabalhando na reforma, peguei um pincel, subi uma escada e dei umas pinceladas. Poucas pinceladas. Pois logo ouvi ele chamando os pretos-velhos e alguns Orixás de demonio. Coloquei o pincel apoiado em cima da lata e desci da escada, fui como "guiado" até lá.Quando o pastor me viu logo me identificou, principalmente porque eu usava uma camiseta preta com a frase "Umbanda - Eu Visto Essa Camisa", além é claro, de minha guia (colar), que fiz questão de colocar para fora da camiseta enquanto me aproximava;....heheheParei na esquina e fiquei observando, ele aumentou as críticas. Saquei meu celular e comecei a filmar e caminhar em sua direção. Puxei uma cadeira bem na frente do indivíduo e me sentei ao lado dos irmãos (evangélicos). Deste momento em diante senti que ele começou a pisar em ovos, se perdeu no discurso, tremeu e começou a pensar muito bem no que falava.Mas não demorou muito para as críticas recomeçarem, a diferença agora é que ele fazia questão de falar em algumas ocasiões: "principalmente no espiritismo kardecistas". Após um tempo ele voltou a falar das religões Afro Brasileiras. Fiquei lá, sentado, olhando para ele e filmando tudo, até a hora que ele relatou seu nome. Ai desliguei a câmera do celular, levantei e me virei indo embora.Para minha surpresa quando me virei vi que atrás de mim estavam alguns filhos do terreiro, que seguiram comigo de volta para o Templo.O que mais me dói é testemunhar que essas coisas ainda acontecem em pleno 2009. Enquanto todos trabalhamos para uma cultura de paz,para o diálogo Trans-Religioso, o sujeito veste seu terninho surrado, sua bíblia de axila e sai de casa para falar mal de outra religião, falar mal da cultura brasileira, falar mal de milhares e milhares de pessoas que se dedicam a caridade.Dores a parte, estamos acionando judicialmente o Pastor.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Combater o preconceito racial não é simples





Combater o preconceito racial não é uma questão simplória. É preciso que a nossa História seja contada sem trauma nem rancor. O passado de preconceitos não se pode refletir em um futuro de discriminações, mágoas e dívidas a pagar. O preconceito racial atualmente é questionado, visto que a ciência ao decifrar nosso código genético comprovou que as diferenças no DNA entre brancos e negros são efêmeras e praticamente inexistentes. Partindo desse pressuposto, já seria uma ignorância tentar distinguir raças e o pior caracterizá-las e discriminá-las. O homem de tempos atrás não apresentava tamanho conhecimentos e compreensão sobre o mundo em que vivia. Por isso, achava que de fato a raça negra era inferior e com isso a escravizava. Não só os negros foram vítimas da ignorância humana, mas também outros grupos e etnias como os ciganos, mulheres e judeus. A injustiça social, então passou a excluir cada vez mais grupos desfavorecidos. Esse processo histórico deixou conseqüências nefastas às mais variadas pessoas. Estamos agora em pleno século XXI e com mapeamento do nosso código genético decifrado. A ciência nos provou que na verdade não há raças na espécie humana, mas apenas pequenas variações genéticas para que o homem possa se adaptar melhor no meio em que vive. Não é mais pertinente o preconceito racial, já que raças não existem. Será que essa insensatez vai ser alimentada por isso uma raça que na verdade nem existe: os negros? Isso nos faz lembrar a África do Sul de outrora, em que o "apartheid", ou seja, a segregação racial era enorme. Será que aqui no Brasil esse "apartheid" não vem maquiado por leis aparentemente benéficas? Os negros sem dúvida sofreram grandes injustiças no passado, mas o passado não pode ser refletido no presente e nem no futuro. Se ainda há o preconceito, a sociedade tem que ser educada através de propagandas e de punições severas quando for detectado atitudes ou atos de discriminação. Faz-se necessário à devida conscientização do povo que a própria ciência já nos mostra e derruba a teoria arcaica das raças na espécie humana. Portanto, não existe a raça negra, branca, amarela nem vermelha. O que existe são pequenas variações que são aproveitadas por mentes vesanas para estimular o preconceito étnico. As diferenças étnicas, de crença, religião e cultura, devem ser respeitadas e aceitas em sua essência desde que essas não transcendam os direitos humanos. A peculiaridade de cada povo deve ser entendida e respeitada para que possamos continuar com a riqueza das múltiplas culturas existentes em nosso país e, principalmente, para que o preconceito racial chegue ao fim. Em um país miscigenado como o nosso, temos que entender melhor a explicação da ciência: todos nós temos a mesma essência física nos diferenciamos apenas em questões tênues e inconcebíveis para que haja qualquer discriminação.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Diga não à homofobia - Ana Lúcia Santana





A homofobia define o ódio, o preconceito, a repugnância que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais. Aqueles que abrigam em sua mente esta fobia ainda não definiram completamente sua identidade sexual, o que gera dúvidas, angústias e uma certa revolta, que são transferidas para os que professam essa preferência sexual. Muitas vezes isso ocorre no inconsciente destes indivíduos.
Para reafirmar sua sexualidade como um mecanismo instintivo de defesa contra qualquer possibilidade de desenvolver um sentimento diferente por pessoas do mesmo sexo, os sujeitos tornam-se agressivos e podem até mesmo cometer assassinatos para se preservarem de qualquer risco. Muitas vezes, porém, a homofobia parte do próprio homossexual, como um processo de negação de sua sexualidade, às vezes apenas nos primeiros momentos, outras de uma forma persistente, quando o indivíduo chega a contrair matrimônio com uma mulher e a formar uma família, sem jamais assumir sua homossexualidade. Quando este mecanismo se torna consciente, pode ser elaborado através de uma terapia, que trabalha os conceitos e valores destes indivíduos com relação à opção homossexual.
O termo homofobia foi empregado inicialmente em 1971, pelo psicólogo George Weinberg. Esta palavra, de origem grega, remete a um medo irracional do homossexualismo, com uma conotação profunda de repulsa, total aversão, mesmo sem motivo aparente. Trata-se de uma questão enraizada ao racismo e a todo tipo de preconceito. Este medo passa pelo problema da identificação grupal, ou seja, os homófobos conformam suas crenças às da maioria e se opõem radicalmente aos que não se alinham com esses papéis tradicionais que eles desempenham na sociedade, ainda que apenas na aparência.
Alguns assimilam a homofobia a um tipo de xenofobia, o terror de tudo que é diferente. Mas esta concepção não é bem aceita, porque o medo do estranho não é a única fonte em que os opositores dos homossexuais bebem, pois há também causas culturais, religiosas – principalmente crenças cristãs (católicas, protestantes), judias ou muçulmanas -, políticas, ideológicas – grupos de extrema-esquerda e de extrema direita -, e outras que se entrelaçam igualmente no preconceito. Geralmente os fundamentalismos não cedem espaço ao homossexualismo. Há, porém, dentro dos grupos citados, aqueles que defendem e apóiam os direitos dos homossexuais. Dentro das normas legais, também há variantes, ou seja, há leis que entre casais do mesmo sexo e casais do sexo oposto se diversificam. E, por mais estranho que pareça, em pleno século XXI, alguns países aplicam até mesmo a pena de morte contra homossexuais.
O homófobo pode reagir perante os homossexuais com calúnias, insultos verbais, gestos, ou com um convívio social baseado na antipatia e nas ironias, modos mais disfarçados de se atingir o alvo, sem correr o risco de ser processado, pois fica difícil nestes casos provar que houve um ato de homofobia. Alguns movimentos são realizados em código, compartilhados no mundo inteiro pelos adversários dos homossexuais, tais como assobios, alguns cantos e bater palmas.

Ana Lúcia Santana